Pesquisadores promovem encontro com fiscais voluntários de Quelônios

Reunião está sendo feita na Comunidade Água Preta, Região do Aritapera. Durante o ano, moradores desenvolvem por iniciativa própria projeto de conservação das espécies para realizar soltura dos Filhotes de tracajá (Podocnemis unifilis)

Nesta quarta (04) pescadores estão reunidos no barracão da comunidade com pesquisadores da Sapopema que atuam como parceiros da iniciativa. O foco é dar continuidade ao monitoramento das praias neste período em que ocorrem as desovas de tracajás na reserva chamada de “Tabuleiro”.

Na vazante dos rios, moradores acompanham ninho por ninho no tabuleiro, fazem a transferência dos ovos e cuidam dos animais até que estejam no ponto de devolução a natureza na cerimônia oficial de soltura. Cada voluntário recebe a missão de fiscalizar e não permitir a venda dos ovos e dos tracajás da área de preservação de 400 hectares.

A Pesquisadora da Sapopema, Priscila Miorando, responsável pelo acompanhamento do trabalho na região explica como ocorre a iniciativa: “é um trabalho que a gente chama de vigilância porque eles não tem um poder de autuação como tem os órgãos ambientais. Mas eles realizam alguns turnos de vigilância pra evitar a pressão maior de invasão evitando que os ovos sejam retirados. Nesse período existe de fato uma pressão muito grande tanto sobre os ninhos quanto sobre as fêmeas que estão realizando essas atividades nas praias” - destaca.

O acordo firmado entre os comunitários tem por objetivo vencer as tentativas de furtos e por isso são expostos a riscos durante a fiscalização. Preocupados com esforço comunitário em prol da manutenção do meio ambiente, membros da ONG Sapopema promovem o encontro com comunitários.

“O objetivo dessa viagem é organizar o trabalho desse ano junto a comunidade e levantar como está sendo a desova, o que já começou, e como está a pressão em cima dos ovos... se já tem ovos retirados, como a comunidade está se organizando para fiscalizar, quais são as demandas. É uma viagem inicial de um diagnóstico” - finaliza Miorando.