Contagem de pirarucus em Pixuna do Tapará
/Procedimento realizado todos os anos, serve de parâmetro para os pescadores que atuam como guardiões da natureza. Na região a contagem visual de pirarucu é realizada há mais de vinte anos
Pela manhã, noite ou madrugada, os pescadores dessa comunidade estão de prontidão para fiscalizar os lagos e garantir que o maior peixe de água doce do planeta seja conservado. A preocupação dos pescadores tem motivo: a grande ocorrência da pesca predatória na região.
Eles já protagonizaram como vitimas inúmeros episódios de pesca ilegal nos lagos de Pixuna. Durante a rodada de fiscalização, muitos pescadores – vigilantes voluntários – são alvo dos predadores humanos que invadem os lagos com instrumentos de pesca proibidos por meio do acordo de pesca vigente na região.
Para avaliar se a iniciativa de manejo está sendo bem sucedida, os pescadores promovem a contagem todos os anos. Em 2018, o procedimento foi feito de 11 a 13 de dezembro e revelou o número de 736 pirarucus, sendo 318 juvenis e 418 adultos.
Para o biólogo da Sapopema que desenvolve o trabalho de monitoramento do manejo do recurso pesqueiro, Fábio Sarmento a iniciativa dos comunitários é fundamental porque consegue demonstrar aos envolvidos como o manejo tem surtido efeito nas comunidades.
Técnica de contagem
A contagem é um procedimento anual que serve de critério para analise de como tem sido feito o trabalho de monitoramento dos lagos e de que maneira os animais estão se reproduzindo.
Conservar o maior peixe de água doce de escama do mundo tem sido a missão desses moradores de comunidades ribeirinhas como Pixuna do Tapará, há décadas. Através do monitoramento e fiscalização dos lagos é possível evitar furtos para permitir a procriação livre da espécie que corre risco de extinção.
Os peixes são divididos em duas categorias: Juvenis (menores que cem centímetros) e adultos (maiores que 100cm).