Projeto de valorização de manejo do pirarucu amplia participação de pescadores na várzea
/Continuidade da parceria entre entidades vai proporcionar a novos pescadores a possibilidade de reconhecimento da cadeia produtiva do pirarucu manejado e respectivamente, aumento da renda das populações ribeirinhas
Desde 2018 pescadores de três comunidades do PAE Tapará: Pixuna, Santa Maria e Tapará Miri estão participando do projeto em prol de desenvolvimento, aumento do faturamento, produtividade e renda dos pescadores, além da elevação da capacidade competitiva dos pescadores artesanais de pirarucu manejado, fortalecimento do ordenamento e da gestão da pesca sustentável.
O Projeto que focou na estratégia de gestão empresarial, produção sustentável e oportunidade de negócios, este ano vai contar com a participação de cinco comunidades: além de Pixuna, Santa Maria, Tapara Miri, as comunidades Costa do Tapará e Tapará Grande passam a compor as equipes de trabalho.
Nesta nova fase cerca de 80 pescadores manejadores integrarão às rodadas. A intenção é continuar promovendo o desenvolvimento com diversificação de produtos e a indicação geográfica. Para o presidente da Sapopema, Antônio José Bentes: “o esforço de parceria com o Sebrae, juntamente com a SEMAP, a colônia de pescadores Z-20, Conselhos Regionais de Pesca, comunidades e a SEDAP é uma importante oportunidade de colaboração para desenvolver cadeias produtivas sustentáveis da pesca a exemplo do Pirarucu manejado no Baixo Amazonas, tendo as comunidades do Tapara como referência para este processo” – conclui.
Encontro
Nesta quinta (07) os técnicos do SEBRAE, SEMAP, Z-20, Sapopema e OCB realizaram uma reunião de planejamento em Costa do Tapará. O gerente regional do Sebrae em Santarém Michell Martins destacou: “Temos certeza que, assim como os demais projetos em que fomos parceiros, esta iniciativa trará muitos benefícios, geração de emprego e renda para os empreendedores e empreendedoras da pesca artesanal”- explica.
O diretor da colônia de pescadores Z-20, Jucivaldo Pereira comentou que a reunião foi “muito boa”. Para a entidade que representa a categoria o processo de valorização agrega à vida dos pescadores e poderá ser replicado a outras regiões.
A Secretaria de Agricultura e Pesca também está participando das discussões. O secretario Bruno Costa nas redes sociais reforçou a proposta da atividade: “melhorar a qualidade, organizar as vendas, e agregar valor na venda final do Pirarucu, tudo isso com respeito ao Meio Ambiente e criando uma identidade da produção” – finaliza.
Atualmente, o faturamento dos pescadores que promovem a conservação dos recursos pesqueiros é abaixo do investido e eles lamentam o prejuízo que vem tendo na produção. Através da divulgação do trabalho de manejo ecologicamente correto os pescadores levam vantagem competitiva que transforma a atividade em um negócio rentável e sustentável.
Em levantamento feito pela Sociedade Para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente, os pescadores de Santa Maria relataram a captura de 44 pirarucus em 2017 com arpão e espinhel. O peixe de agregado valor comercial, foi comercializado em média a R$ 12,77 o quilo. Em entrevista à época, o pescador Amarildo Sousa ‘Branco’ contou que: “Não compensa o trabalho que a gente tem” – sobre o grande esforço comunitário para manejar a espécie que é vendida ao consumidor final ao preço de R$ 25,00 e R$ 30,00 o quilo da manta.
Em 26 de outubro de 2018 comunitários de Pixuna, Santa Maria e Tapará Miri apresentaram a iniciativa sustentável, o produto e preços para os proprietários de restaurantes de Santarém. Encontro entre pescadores de pirarucu manejado e empresários locais aconteceu em salas do Sebrae e ao todo foram firmados R$ 177.500,00 em contrato de intenção de compra com as três comunidades.
O que é Manejo?
Manejo é todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas. (SNUC – Lei 9985 de 18 de julho de 2000). O princípio de Manejo Sustentado nos diz que: População + Reprodução > Mortalidade Natural + Caça ou Pesca.
Qual a diferença entre o pirarucu de cativeiro e o pirarucu manejado? O peixe de cativeiro não tem a mesma dinâmica e não se locomove da mesma forma que o peixe no lago, além da alimentação ser diferenciada. O peixe de cativeiro tem o preço inferior, já que o pirarucu de manejo é mais saboroso.