Oficina de conservação e manejo sustentável orienta comunitários do Arapixuna sobre práticas de manejo do pirarucu
/Atividade foi realizada com pescadores e pescadoras da comunidade de Marimarituba da região do Arapixuna
A Sapopema realizou nesta semana a primeira oficina de conservação e manejo sustentável com foco no manejo do pirarucu. O encontro foi implementado na última terça-feira (19/09), e contou com a participação de cerca de trinta pescadores e pescadoras.
A formação integrou palestra e dinâmicas participativas sobre legislação de pesca, acordo de pesca e práticas de manejo sustentável dos recursos pesqueiros. O objetivo é fortalecer a organização comunitária, visionando a recuperação dos estoques de peixes, sobretudo o pirarucu, explicou a bióloga responsável pelos trabalhos, Poliane Batista.
O manejo comunitário compreende quatro atividades principais: 1) Obediência ao período do defeso para reprodução, 2) contagem anual de pirarucus, 3) captura de indivíduos maiores 1,5 m e 4) cumprimento da cota anual de 30% do total de peixes adultos.
Em Santarém, comunidades do PAE Tapará são referência no manejo da espécie há mais de duas décadas. Em 2022, a pesca manejada movimentou mais de 260 mil em quatro. O levantamento da Sapopema através de monitores nas próprias comunidades identificou juntas, elas capturaram 1.342 pirarucus e comercializaram 17.738 kg de manta fresca, gerando uma receita de R$ 264.420,00. A maior produção foi registrada na comunidade de Tapará Miri (9.834 kg de manta), seguida por Pixuna (4.899 kg), Santa Maria (1.905 kg) e Costa do Tapará (1.101 kg). A maior parte do pescado derivou de pescarias individuais ou regime de parceria entre pescadores (89% capturados dessa forma). A comunidade de Costa de Tapará foi a única a realizar exclusivamente pesca coletiva em 2022, devido ao acordo de pesca local.
A produção da pesca coletiva das comunidades de Costa do Tapará e Santa Maria (2.038 quilos de manta) foi comercializada durante a feira do pirarucu realizada no dia 12 de novembro em Santarém. Já a comunidade Pixuna vendeu os pirarucus de suas pescarias coletivas para o Restaurante Casa do Saulo e durante um evento de turismo realizado na própria comunidade.
Os registros são fruto da estratégia de Assistência Técnica da Sapopema que apoiada por seus parceiros, como a TNC, desenvolve assessoria regular na comunidade, para fortalecer a iniciativa. Em 2022, o monitoramento ganhou reforço com a estruturação do Programa de formação de monitores para manejo da pesca, onde jovens foram capacitados para o registro das informações nas próprias comunidades.