Superintendência do Sebrae assina termo de cooperação para capacitação e comercialização do Pirarucu de manejo
/Ato marca oficialmente parceria entre Sapopema, Colônia de Pescadores, Cooperativa dos Pescadores de Santarém e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas para implementação do projeto de capacitação dos pescadores para aumentar rentabilidade do manejo.
“Nosso gasto é grande” – diz o pescador Amarildo Fernandes da comunidade Tapará Miri sobre altas despesas com fiscalização dos lagos, uso de combustível, compra de gelo para armazenar o peixe e tantos outros desembolsos para realizar a atividade. Para o ribeirinho a participação no projeto que prevê a valorização da pesca manejada “vai ser mais viável” – finaliza com esperança.
Por meio de capacitações feitas pelo Sebrae e Sapopema, os moradores das comunidades Santa Maria, Tapará Miri e Pixuna estão melhorando a manipulação de alimentos, gestão financeira, produção sustentável e geração de negócios. A intenção é criar uma espécie de Selo Verde que indica a importância do manejo para a conservação do recurso pesqueiro e possibilita aos moradores uma maior valorização no comercio local.
Nos dias 29 e 30 de agosto comunitários participaram da primeira rodada de oficinas na comunidade Santa Maria do Tapará. Já no dia 28 de setembro participarão da segunda oficina de capacitação voltada para formação de peço e negociação com assessoria do Sebrae. Esta etapa antecede a primeira rodada de negócios para o pirarucu de manejo dessas comunidades que será no dia 19 de outubro, quando os próprios pescadores irão negociar com os empresários a venda do produto.
Para que este calendário aconteça, na próxima quarta (19), haverá assinatura de um termo de cooperação com a presença do superintendende do Sebrae Pará Fabrizio Guaglianone na Colônia de Pescadores Z-20.
Selo Verde
Criação de uma marca é aposta dos pescadores para melhorar a rentabilidade do manejo na várzea. Com a medida, ribeirinhos que sobrevivem da pesca sustentável vivem a expectativa de um novo ciclo com mais oportunidade e maior renda para os moradores das comunidades Santa Maria, Tapará Miri e Pixuna.
No ano passado pescadores de Santa Maria relataram à Sociedade Para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente a captura de 44 pirarucus em 2017 com arpão e espinhel. O peixe de agregado valor comercial, foi comercializado em média a R$ 12,77 o quilo. Para o pescador da comunidade, Amarildo Sousa – conhecido como Branco: “Não compensa o trabalho que a gente tem” – diz sobre o grande esforço comunitário para manejar a espécie que é vendida ao consumidor final ao preço de R$ 25,00 e R$ 30,00 o quilo da manta.
O coordenador da Sapopema Antônio José Bentes destacou que quando as pessoas consumem o pirarucu de manejo produzido pelas comunidades estão apoiando a “conservação da biodiversidade e dos estoques pesqueiros, a geração de renda para os pescadores da região, e fortalecendo os acordos de pesca” diz sobre a importância de incentivar o manejo.
Mas afinal, qual a diferença entre um pirarucu de cativeiro e um pirarucu manejado? O biólogo da Sapopema, Fábio Sarmento explica: “O peixe de cativeiro não tem a mesma dinâmica. Ele não se locomove da mesma forma que o peixe no lago e a alimentação é diferenciada. Tanto que o de cativeiro tem o preço mais baixo, já que o peixe de manejo é mais saboroso”.
Serviço Imprensa
Quando? Quarta (19) às 12h00.
Onde? Colônia de pescadores Z-20, av. Mendonça Furtado, Prainha.
Quem? Representantes das três comunidades atendidas pelo projeto, Sapopema, Sebrae Cooperativa de pescadores de Santarém e Z-20.