Aumento do faturamento após Rodada de Negócios anima pescadores. Inspiradas na experiência, duas novas comunidades planejam atividades para 2019
/Rentabilidade econômica da produção de pirarucu manejado estipulada em 30% superou expectativa. Com as negociações foram fechados mais de R$ 170 mil em negócios envolvendo o peixe de manejo e negociados cerca de 7.000 kg da espécie
Um encontro na região do Baixo Amazonas entre pescadores das comunidades de Tapará Grande, Costa do Tapará, Santa Maria, Tapará Miri e Pixuna, SEBRAE, Colônia de Pescadores Z-20, COOPSAN, Sapopema e SEMAP marcou uma nova etapa de fortalecimento da cadeia produtiva através da avaliação do projeto de comercialização do Pirarucu manejado.
Os pescadores destacaram que as capacitações recebidas do projeto com assessoria da Sapopema e do Sebrae foram fundamentais para melhoria de vários processos, a exemplo do beneficiamento e o reaproveitamento de resíduos para a produção de biojóias. Em 2019, além de fortalecer o grupo das três comunidades que participaram no ano passado do projeto de comercialização, duas novas comunidades vão integrar o processo: Tapará Grande e Costa do Tapará.
Raimundo Sousa liderança na comunidade Santa Maria destacou que: "é muito importante que outras comunidades da região do Tapará é de outras regiões comecem a participar do projeto de comercialização, porque o Tapará é a maior área de produção de pirarucu do município de Santarém. Cuidar do potencial pesqueiro deve ser uma responsabilidade de todas as comunidades e não apenas de algumas. O manejo tem que ser uma atividade a ser seguida por todos, porque os resultados mostram que vale a pena. A rodada de negócios de 2018 contribuiu para divulgar o manejo do Pirarucu na região e abriu portas para a valorização da produção".
A perspectiva para 2019 é expandir a comercialização do Pirarucu de manejo para novos empresários através do fortalecimento de uma rede de negócios envolvendo as comunidades manejadoras, inclusive envolvendo empresários de Belém e de outros estados. O esforço de manejo que vem sendo realizado tem contribuído para a conservação e aumento dos estoques, não só do Pirarucu, mas se outras espécies. Daí a sua importância para o ordenamento pesqueiro na região, a melhoria da qualidade de vida e a valorização da atividade do pescador artesanal.
“Avançamos muito na discussão da estratégia de comercialização e que as parcerias foram fundamentais para alavancar a construção de uma nova perspectiva de valorização da produção do Pirarucu de manejo pautada na gestão sustentável dos recursos e na geração de negócios que contribuam para o fortalecimento dos acordos de pesca e possibilitem retorno econômico compatível com os esforços que vem sendo realizados pelas comunidades” - explicou o coordenador da Sapopema, Antônio José Bentes.
O projeto de parceria entre SEBRAE, Sapopema, Z-20 e COOPSAN iniciou em 2018 com a perspectiva de divulgação das experiências de manejo do Pirarucu na região, e a valorização econômica desta produção no mercado local, regional e nacional. O esforço de parcerias visa aumentar a rentabilidade da pesca manejada frente a concorrência desleal da pesca predatória.
O gerente do Sebrae em Santarém Michel Martins destacou a importância de parcerias para consolidação dos negócios e explicou as novas etapas: “ficou agendado para o dia 7 de março a reunião onde nós faremos a apresentação da nova proposta de projeto de 2019 junto com as ações que nós realizaremos”.