Grupo de Trabalho prepara ação de apoio às comunidades ribeirinhas impactadas pelos altos índices de casos de covid-19

A circulação do vírus nas regiões da rios, planalto e terra firme tem gerado grandes impactos aos moradores dessas áreas. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado divulgados em 17 de junho a região de rios possui registro de 267 casos confirmados do novo coronavírus e 7 mortes. A gravidade dos casos motivou uma ação conjunta de instituições parceiras;

Comunidade Igarapé do Costa, várzea em Santarém.

Projeto Saúde e Alegria, Sociedade Para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente - Sapopema, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém - STTR, Universidade Federal do Oeste do Pará - Ufopa, Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande - FEAGLE e Colônia de Pescadores Z-20 estão em articulação para apoiar as famílias das regiões com maior índice de casos positivos. As referidas instituições iniciaram vários processos de monitoramento e estudos através de entrevistas com os coordenadores de núcleo das comunidades da região para entender como está a situação dos moradores em tempos de pandemia. Também foram identificadas informações junto à Secretaria Municipal de Saúde para identificar casos suspeitos, confirmados, existência de unidades, acompanhamento, bem como as condições de transporte, existência de suporte aos comunitários, atividade da pesca, comercialização, alimentação, seguro, dentre outros temas.

A preocupação com esses números alarmantes ascendeu um alerta para instituições de pesquisa, associações, universidade e entidades do terceiro setor. Dessa forma o grupo de trabalho criado para pensar estratégias a fim de contribuir para a contenção do avanço do vírus nas comunidades. Esses índices refletem um estado crítico colocando em risco um número grande de pessoas positivas na área rural. Na ‘Ação Síndrome Gripal’ da Semsa por exemplo, realizada nas comunidades de várzea Arapixuna, Curuai e Vila Socorro no período de 30 e 31 de maio foi atestado que dos 124 testados, 97 positivaram para a doença e apenas 27 pacientes testaram negativo para covid-19. Já durante uma ação itinerante nos rios realizada em 13 de junho nas comunidades Piracaoera de Cima e Boca de Cima do Aritapera, 15 ribeirinhos testaram positivo. Em Boca de Cima do Aritapera dos dez testados, quatro foram positivos. Em Piracaoera de Cima foram feitos catorze testes, atestando positivos onze pacientes.

Foto reprodução/Saúde e Alegria

Em cada comunidade foram coletados apenas dez testes e algumas apresentaram índice de contaminação de 100%. “A gente observa os testes na região do Tapajós 80% deu positivo. É grave mas infelizmente as pessoas não estão respeitando [...] É como se nesses territórios fosse normal pra eles comum. Não é uma brincadeira, não é só uma gripe. Só sente aquele que perde um ente querido. Infelizmente no interior o pessoal não está levando a sério não” – destacou a presidente do Conselho Municipal de Saúde e do STTR, Gracivane Moura.

Com isso, foi identificada a necessidade urgente de apoiar as comunidades no combate à covid-19. Na parceria das instituições, ficou definida a distribuição de dois mil e quinhentos kits de higiene e proteção para Região do Aritapera, Arapixuna e Urucurituba e Vila Socorro (Lago Grande). As entregas iniciam na primeira semana de julho e para tanto foram selecionadas comunidades onde já foram feitos testes e a situação está mais crítica.

Os kits não serão entregues esta semana porque está faltando material de higiene no comercio de Santarém. Enquanto isso as organizações estão fazendo contato com as lideranças das comunidades e vão organizar a logística. Certamente as entregas serão acompanhadas pelos representantes das instituições que serão submetidos a teste para poder acompanhar.

O Saúde e Alegria através da ação da campanha #ComSaudeeAlegriaSemCorona já desenvolveu ações de distribuição nas regiões do Tapajós e Arapiuns totalizando 3.300 kits de higiene e proteção.