Biojóia de escama do Pirarucu gera renda em Santa Maria do Tapará

Aproveitar ao máximo as potencialidades da espécie e promover a prática sustentável na comunidade tem sido a meta dos moradores da região que há três décadas maneja o pirarucu

Brincos, pulseiras, cordões e até vestido são fabricados pelas mulheres da comunidade que resolveram inovar através da escama do peixe mais apreciado na Amazônia.

Enquanto os homens vão para a pescaria, elas selecionam as escamas grandes das pequenas e distribuíem em diferentes recipientes para a higienização.

Após a lavagem, os itens passam por uma sessão de perfumaria. A preparação conta com a criatividade das artesãs. Elas pintam, cortam e furam conforme estrutura da biojóia.

O resultado do trabalho artesanal desenvolvido pelas comunitárias é exposto no tradicional festival do Pirarucu na comunidade.

O vestido da Rainha do Festival, assim como os sapatos e adereços sao produzidos exclusivamente com as escamas. A cada ano, uma nova jovem, moradora da comunidade é escolhida para vestir a roupa e desfilar apresentando o fruto do trabalho.

Nesta edição foram usadas 501 escamas. O sapato calçado pela jovem também foi customizado com as escamas. No total, 131 unidades revestiram o calçado.

Para as Rainhas o momento é de emoção. A representante de 2017 foi Tainá Moura que falou da satisfação: “Eu estou representando a minha comunidade com muita alegria pela primeira vez”.

Uma das coordenadoras do evento é a artesã Maria Sultana Sousa, que destacou a missão desafiadora de inovar as produções. “Eu sinto que é o meu dever pela minha comunidade, pela nossa cultura e eu me esforço muito para lutar por ela”.

As biojoias fabricadas são vendidas na comunidade aos visitantes.