Biojóia de escama do pirarucu se torna tendência na Amazônia

Sofisticadas e refinadas as tradicionais joias em prata, ouro e bronze nunca saem de moda. Entretanto, um novo mercado vem ganhando gosto de mulheres que tem sido atraídas pelos acessórios produzidos a partir de materiais vindos da natureza, como sementes, fibras naturais e escamas de peixe

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Das mais discretas às mais extravagantes, toda mulher gosta de colares, brincos, pulseiras e anéis. As joias fazem parte da vaidade feminina e cada vez mais ganham novos designers e modelos. Mas na Amazônia, a peculiaridade da região leva mais às consumidoras: as biojóias.

Produzidas a partir das escamas do pirarucu – peixe de grande valor comercial – os artigos feitos de forma artesanal vem ganhando mais aceitação no mercado local, regional e internacional.

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Na comunidade Santa Maria do Tapará os adornos são feitos exclusivamente para o período de novembro, quando ocorre o tradicional Festival do Pirarucu. No evento, as atenções se concentram na apresentação da Rainha que é vestida da cabeça aos pés de roupas, joias e sapatos customizados a partir da escama do pirarucu.

Aos poucos, os moradores perceberam a importância do artesanato para a renda e produção sustentável. “Cada ano que passa a produção vai crescendo e eu me sinto muito responsável, sabe?” diz Sultana Sousa – responsável pela produção da Rainha do festival.

Capacitação artesanal

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A produção foi acontecendo de forma natural e instintiva pelos moradores da várzea amazônica. Porém, eles reconhecem a necessidade de aprender sobre as técnicas de secagem das escamas e higienização.

Técnicos da Sociedade Para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente decidiram realizar uma rodada de oficinas de artesanato para vinte mulheres da comunidade Santa Maria do Tapará. O objetivo é capacitá-las para a produção da biojóia durante o festival do pirarucu. “A gente vê que há uma necessidade de aprimorar a técnica. E essa oficina além de gerar uma oportunidade para essas mulheres produzirem joias, também vai servir como uma forma de capacitação para melhorar a roupa da rainha do festival” – explica o biólogo da Sapopema – Fábio Sarmento.

As oficinas serão realizadas nos dias 20 e 21 de outubro na própria comunidade. Para o artesão Jorge Oliveira, a oficina promove a capacitação técnica e exerce uma função social e ambiental.  “A ideia é que a gente trabalhe com a parte teórica, e explique o que que é o artesanato, o que é biojóia… E assim nós vamos dar a ideia de como aproveitar o material. Mas o designer elas que vão criar” – finaliza.

Além da escama do pirarucu, as artesãs também conhecerão as técnicas do uso do couro, língua e osso da espécie.

12º Festival do Pirarucu

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Evento será nos dias 17 e 18 de novembro na comunidade Santa Maria do Tapará. De Santarém sairá uma embarcação de grande porte para transportar os visitantes que degustarão pratos como: pirarucu frito, desfiado, churrasco e vatapá de pirarucu.

No festival, há danças, música ao vivo e desfile da rainha. Este ano, biojóias serão comercializadas.