Projeto Pirarucu Manejado é apresentado pelo Sebrae ao governo. Intenção é atrair turista e dinamizar economia da Várzea
/Lançamento do Programa 'Investe Turismo' integrou a agenda do Governador Hélder Barbalho no Oeste do Pará. Diretor do SEBRAE Rubens Magno Júnior e o gerente regional Michell Martins apresentaram os resultados de 2018 e as previsões para 2019 do projeto Desenvolvimento da Pesca Artesanal em Santarém
Além da apresentação do projeto os diretores fizeram um apelo para que o governador utilize a edição do Projeto de Lei que regulamenta a política estadual do Pirarucu. A cadeia produtiva do pirarucu está sendo desenvolvida em parceria com a SAPOPEMA, Colônia de Pescadores Z-20 e as comunidades de Pixuna, Santa Maria e Costa do Tapará.
Durante o lançamento do Programa Investe Turismo da agenda do Governo do Estado, a Sociedade Para Pesquisa e Proteção entregou através das professoras e pesquisadoras da Ufopa Socorro Pena e Wandicleia Lopes um resumo executivo do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Pesca e Piscicultura do Baixo Amazonas.
Pena destacou que o momento foi oportuno também para “apresentar a demanda de regulamentação da lei que está tramitando no estado para o ordenamento do pirarucu manejado” – conta. A expectativa é que o governador tenha sensibilidade à questão da pesca e possa analisar as necessidades e potenciais da atividade na região.
No lançamento do Programa Investe Turismo, Barbalho falou sobre ações de fomento serem fundamentais para o crescimento do turismo. "Investir no micro e no pequeno empreendedor é uma das estratégias de incremento ao mercado com resultados fantásticos. No caso do turismo, esse projeto, que foca no talento do morador local, é melhor ainda, pois gera renda para as famílias e traz desenvolvimento, utilizando os recursos naturais que, em Santarém, são essas praias de água doce maravilhosas", disse Helder.
O Plano de Desenvolvimento
O documento surgiu da observação do forte potencial que o pescado tem desempenhado no fornecimento de suprimentos adequados de proteína animal para sustentar o crescimento populacional ao redor do mundo. Ao mesmo tempo em que o pescado continua sendo a fonte dominante de proteína animal em termos de produção e comércio mundial, está em curso uma mudança histórica da pesca extrativa para a produção de peixes em cativeiro.
Essa mudança da pesca extrativa para a piscicultura está em curso também no Brasil e na Amazônia. A piscicultura está crescendo e poderia, em muito breve, superar a produção de pescado extrativa. Alguns proponentes da piscicultura consideram essa transição inevitável, resultado do declínio na produção de pescado e da modernização do setor pesqueiro.
No entanto, o declínio da pesca extrativa, porém, não é inevitável e se deve principalmente à falta de apoio do governo para a gestão pesqueira e para o desenvolvimento da infraestrutura da cadeia de valor do pescado. Estudos recentes mostram que o investimento em pesca manejada mais do que compensa os investimentos governamentais no setor.
Portanto, não é necessário escolher entre pesca extrativa e piscicultura. Nós podemos e devemos desenvolver ambos por meio de uma estratégia de produção animal baseada no pescado que integra as cadeias de valor da pesca manejada e do cultivo da piscicultura. Através desta abordagem, o crescimento da demanda global por peixe pode gerar o desenvolvimento da piscicultura e da pesca manejada no Brasil e na Amazônia.
Para alcançar o potencial desta abordagem integrada e facilitar a transição de uma estratégia de produção animal baseada na carne para outra baseada no pescado será necessário solucionar gargalos e remover obstáculos ao desenvolvimento sustentável da cadeia de valor do pescado. Para atingir esse objetivo, o The Earth Innovation Institute (EII), o Sapopema e a SEDAP (Secretaria para o Desenvolvimento da Agricultura e Pesca do Estado do Pará) organizaram uma pequena conferência sobre o estado da pesca manejada e da piscicultura na Amazônia.
A conferência tinha três objetivos principais: 1) Avaliar o status da pesca manejada e da piscicultura nos estados amazônicos, 2) Promover o intercâmbio de experiências e políticas para a pesca e a piscicultura entre os estados amazônicos, e 3) despertar em pessoas-chave em diferentes estados amazônicos o interesse por estratégias de produção animal de baixa emissão de carbono baseadas no pescado que integrem a pesca e a piscicultura. Foram promovidas sessões sobre governança com o foco nas políticas públicas estaduais para a pesca manejada, a situação da piscicultura, as cadeias de valor do pescado e o manejo sustentável do pirarucu. Grupos de trabalho se organizaram no segundo dia para identificar em cada tópico: 1) problemas, 2) propostas de solução, 3) ações prioritárias para começar a resolver esses problemas.
Ascom Samela Bonfim - Jornalista