Conselho Regional de Pesca do Tapará discute acordos para combater pesca predatória

Reunião realizada na manhã deste sábado (29) na comunidade Correio do Tapará debateu dentre outros assuntos, necessidade de revisar acordos existentes e incorporar regras voltadas à conservação do pirarucu;

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Com objetivo de discutir os instrumentos que regulamentam a atividade pesqueira em onze comunidades do PAE Tapará, representantes dessas regiões participaram do encontro para rever os acordos e atualizá-los. Além das lideranças, a reunião contou com a presença da Colônia de Pescadores Z-20, Sapopema e representante do vereador Jandeilson Pereira.

Os lagos da região são alvo de invasões para pesca predatória. Armados e munidos com apetrechos proibidos para a atividade, invasores praticam a pesca fora de época e em grande quantidade. Os acordos regulamentam as práticas proibidas e permitidas nos lagos, e para fazer valer, os pescadores se revezam em fiscalizações voluntárias para coibir a pesca predatória.

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Entretanto, as regras precisam ser discutidas periodicamente para analisar o sucesso das ações e revê artigos que necessitam ser incorporados ou suprimidos. "Os acordos de pesca foram avaliados em 80%. Isso é muito gratificante pra nós vermos nosso trabalho avançar. Hoje nos lagos de toda região que envolve onze comunidades, temos obtido resultado e encaminhamos que a gente continue fazendo esse trabalho. Cinco comunidades seguem o acordo do pirarucu. Minha vontade é que todas as comunidades venham aderir ao acordo do pirarucu” – contou o presidente do Conselho Regional de Pesca do Tapará, Raimundo Júlio.

Atualmente, cinco comunidades recebem assessoria técnica para realizar o manejo do pirarucu. “As mais antigas são Tapará Miri, Pixuna e Santa Maria que desde 2013 recebem esse acompanhamento. São as comunidades que tem o maior estoque de pirarucu. Em 2015 Costa do Tapará e Tapará Grande tiveram interesse em aderir a atividade de manejo e em 2018 e 2019 foram os primeiros anos de contagens. O objetivo dessa reunião foi justamente repassar esses dados da contagem” – ressaltou a bióloga da Sapopema, Poliane Batista.

A intenção é que novas comunidades entendam a necessidade de manejar para que os estoques sejam conservados e aumente o número de pirarucu nos lagos.

Manejo do pirarucu

Arquivo/Sapopema.

Arquivo/Sapopema.

Para manejar o pirarucu, uma das técnicas necessárias é a realização da contagem. O procedimento anual serve de critério para análise de como tem sido feito o trabalho de monitoramento dos lagos e de que maneira os animais estão se reproduzindo.

Através do monitoramento e fiscalização dos lagos é possível evitar furtos para permitir a procriação livre da espécie que corre risco de extinção. Os peixes são divididos em duas categorias: Juvenis (menores que cem centímetros) e adultos (maiores que 100cm).

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Programa Cisterna

A reunião do Conselho Regional de Pesca também discutiu o Programa Cisterna nas comunidades do Projeto de Assentamento. Foram niveladas informações sobre as tecnologias em construção, as finalizadas, entregues e previsões de encerramento. O encontro serviu de acompanhamento para saber a percepção das comunidades beneficiárias quanto a satisfação com o programa.

Fotos: Warley Barbosa