Oficinas com diferentes setores subsidiam construção do Plano de Bioeconomia do Pará

Primeira rodada de oficinas para construir modelo lógico do plano da Bioeconomia, está sendo realizada no período de 23 a 27 de maio na Semas em Belém

Instituições públicas, privadas e da sociedade civil participam da primeira oficina para construir o modelo lógico do Plano de Bioeconomia do Pará, indicando problemas, causas e objetivos no instrumento que objetiva fomentar as ações de bioeconomia no Estado. Em abril, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) instituiu o Grupo de Trabalho do Plano Estadual de Bioeconomia (GT-PlanBio) que é composto por 30 instituições, que juntas, terão a responsabilidade de criar o Plano.

No período de 23 a 27 de maio, representantes do GTBio estão se reunindo para elaborar um mapa de problemas e causas para desenvolver ações para o Plano de Bioeconomia do Estado do Pará. Nos dia 23, 24 e 25/05 a Sapopema e o Mopebam que integram o grupo, participaram de oficinas de discussão para nortear as ações, destacou a bióloga da Sapopema, Poliane Batista: “As propostas que estão sendo apresentadas pelos diversos segmentos do Estado, vão ser muito importantes, se implementadas, para o desenvolvimento das cadeias da bioeconomia que integra vários produtos”.

Quatro das trinta instituições que vão compor o Grupo de Trabalho são da região oeste do Estado: a Sapopema, o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Oeste do Pará e Baixo Amazonas (Mopebam), o núcleo científico da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e a Federação das Organizações e Comunidades Tradicionais da Flona do Tapajós. “Participar desse Gt é muito importante pois possibilita a entidade a contribuir nas discussões de políticas públicas que visam contribuir no desenvolvimento de ações que vão fortalecer as atividades de desenvolvidas dentro do Estado que caracterizam-se como bioeconomia” - ressaltou a coordenadora da Sapopema, Wandicleia Lopes.

Um dos objetivos do GT-PlanBio é a participação efetiva das instituições na elaboração do Plano Estadual de Bioeconomia, política pública que deverá estabelecer as diretrizes para desenvolver as ações no âmbito estadual, de acordo com as particularidades de cada região do Pará.

O Pará tem o papel central na economia nacional, sendo o maior exportador da região Norte e o 5º maior exportador nacional. Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, em 2019 liderou a produção nacional de: abacaxi (produção de 311.947 mil frutos); açaí (1.320.150 toneladas); cacau (128.961 toneladas) e dendê (2.543.814 toneladas). A participação paraense nas exportações de produtos considerados da sociobiodiversidade é a mais pujante entre todos os estados da Amazônia, com quarenta e quatro produtos compatíveis com a floresta.

As oficinas discutem temas relacionados a três eixos: 1) Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; 2) Patrimônio genético e conhecimento tradicional associado; e, 3) Cadeias produtivas e negócios sustentáveis. A expectativa é que até dezembro, quando o PlanBio será lançado, os membros participem de reuniões setoriais com a finalidade de identificar desafios e oportunidades, além de mapear ações de bioeconomia em curso no Estado.

O GT também deverá promover oficinas para desenho de ações com vistas a estabelecer as bases e fomentar a implementação da Bioeconomia enquanto nova matriz produtiva para o Pará, bem como definir metas, indicadores e formas de monitoramento das ações estabelecidas.

Para a Sapopema que possui um Termo de Cooperação Técnica com o Governo do Estado do Pará e realiza acompanhamento técnico para o ordenamento dos recursos pesqueiros, a expectativa é que “ao final desse processo a gente tenha um plano que contemple as necessidades dessas cadeias, para que proporcione políticas que vão contribuir com o desenvolvimento dessa cadeia e que de fato seja trabalhado como prioridade. Porque as comunidades já estão trabalhando com essa bioeconomia, mas ela é muito invisibilizada. Esperamos que esse plano cumpra esse papel de subsidiar m de desenvolvimento para as comunidades” - complementa Batista.