Com fim do período do defeso do pirarucu, manejadores iniciam pesca

O período do defeso do pirarucu encerra nesta quarta-feira (31). Apesar da pesca ser autorizada até 30 de novembro, comunidades do PAE Tapará encerram as capturas antes. Pesca predatória continua ilegal e o combate é permanente

A liberação da pesca do pirarucu não é sinônimo de descumprimento de regras comunitárias para pescadores e pescadoras do PAE Tapará. É que nas regiões manejadoras do pirarucu, fora do período do defeso, valem as regras dos acordos de pesca, pautadas nos princípios de conservação do pirarucu.

As medidas são fundamentais para garantir a manutenção dos estoques e não esgotar o recurso, explica a bióloga da Sapopema, Poliane Batista.

Anualmente é realizado o procedimento de contagem de pirarucus, onde os pescadores demonstram sua habilidade de contar quando observam e escutam a boiada do pirarucu no momento em que ele vem à superfície da água realizar a sua respiração aérea. Somente pirarucus maiores de 1 metro são contados, sendo classificados em duas categorias: juvenis (bodecos) (1-1,5 m) e adultos (>1,5 m).

Para o sociólogo e pesquisador da Sapopema, Antônio José Bentes, é importante destacar que a pesca predatória continua ilegal e o combate dela é permanente. As regras pactuadas em acordos de pesca, são ainda mais restritivas que os períodos de defeso instituídos por meio de portarias. “Os acordos são instrumentos importantes para conservar os estoques de peixe. Por meio deles, os pescadores conseguem proteger áreas e respectivamente, as espécies”.

A Sapopema apoia a iniciativa comunitária através de assistência técnica com seus parceiros, como o Mopebam, TNC, Colônia de Pescadores e Pescadoras Z-20 e UFOPA, proporcionando assessoria para comunidades, com objetivo de fortalecer as iniciativas de manejo sustentável.