Comissão da Alepa propõe formação de equipe técnica para avaliar construções nos portos do maicá
/Sessão ocorreu na manhã desta sexta-feira (17). Cinco deputados devem compor a equipe que avaliará a decisão de liberar o local para implantação de portos e indústrias.
O bairro Maicá em Santarém, oeste do Pará, recebeu na manhã desta sexta-feira (17) uma sessão especial da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado, para debater os impactos de grandes projetos no Lago do Maicá, mais especificamente a construção de portos na área.
O presidente da Comissão dos Direitos Humanos, deputado Carlos Bordalo que presidiu a sessão, explicou que o evento faz parte de um processo que já vem tramitando há tempos. "Não começou hoje e nem vai acabar hoje. A proposta é montar uma comissão de estudos, onde cinco deputados devem fazer parte junto a um grupo de apoio para avaliar e dar suporte à decisão de cedência do local para a indústria com os moradores”, disse.
Representantes de vários órgãos compareceram à reunião. Nos espaços concedidos por quem formou a mesa foram apresentadas opiniões divergentes em relação ao assunto. Enquanto para uns é um avanço, para outros significa a extinção da produção sustentável e exposição dos moradores à vulnerabilidade.
O Sindicato Rural de Santarém (Sirsan) representado por Adriano Maraschin, levou para a sessão um mapa da área portuária, apresentando questões positivas para a instalação de oito portos. Mesmo com ações de repúdio por parte do público que é contra os projetos, o representante não se intimidou em citar os possíveis benefícios. "O que gera dinheiro para que a prefeitura aplique no município são os portos, é o avanço. Estamos engessados. Precisamos avançar. O que queremos para os nossos filhos? Conheço pessoas que se formam em Santarém, mas têm que ir para Belém ou Manaus para trabalhar, pois aqui não tem emprego", disse.
Já para a representante da Comissão da Pastoral dos Pescadores da Diocese de Santarém, Valdeci Oliveira há um histórico de problemas a partir da aquisição de terras para implantação dos portos. Além da diminuição da área verde preservada, não conhecimento do projeto total pela população, e ameaça aos lotes familiares. A prostituição foi um questionamento profundamente ressaltado. "Com a movimentação de carretas pela área, eu imagino como ficará a vulnerabilidade das nossas crianças. Isso já acontece em outros lugares, em outras cidades. Por quê aqui seria diferente?", indagou.
Foi a primeira vez que a área recebeu um evento dessa dimensão, com a preocupação de figuras políticas em mediar a questão. "Estamos felizes. Nunca tivemos um encontro como este. Discutimos, dialogamos, e ouvimos opiniões diversas. O importante é dar encaminhamento, e chegar a um consenso sobre o tema”, disse o vice presidente do Conselho de Segurança da Grande Área do Maicá (Conseg/Maicá), Ronaldo Costa.
Texto do Jornalista Fábio Cadete/ G1 Santarém.