Ribeirinhos participarão de programa de capacitação em empreendedorismo para o manejo do pirarucu
/Capacita-los para aplicar técnicas de gestão no negócio foi uma das definições do segundo encontro dos representantes da Colônia de pescadores Z-20, Sapopema e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Santarém. Na reunião foi acordado um termo de cooperação entre as entidades.
A intenção é despertar o espírito empreendedor dos moradores das comunidades Santa Maria, Tapará Miri e Pixuna do Tapará para a prática sustentável e rentável do manejo do pirarucu na região.
Através do termo de cooperação, o gerente do Sebrae em Santarém - Michell Martins pretende capacitar os pescadores para o fornecimento do peixe de grande valor comercial para pessoas jurídicas com finalidade de melhorar a prática comercial dos moradores.
"A capacitação é um dos pilares muito importantes porque vai poder fornecer novos conhecimentos a esse público. Noções maiores de mercado, comercialização, precificação, conhecimento de custo" - ressalta.
Outro ponto importante do processo, é encontrar parceiros comerciais que tenham interesse em comprar o produto dos Pescadores. Martins destaca que o primeiro passo é conscientizar a importância da compra sustentável: "passa por um trabalho de conscientização que eles estarão comprando um produto diferenciado, que obedece a legislação, é tem todo um cuidado de ter uma produção perene, continua, estabelecer a retirada do tamanho mínimo do pirarucu de um metro e meio".
O processo de organização e consolidação da estratégia de comercialização do pirarucu manejado na região de Santarém tem dois grandes desafios explicados pelo coordenador da Sapopema - Antonio José Bentes:
"identificar o pirarucu de manejo para para o mercado de Santarém para que as pessoas saibam que ele não é um pirarucu como qualquer outro. Ele tem uma história e faz parte de uma iniciativa legal da comunidade. O segundo ponto é que precisamos identificar os interessados comercialmente com a matéria prima (restaurantes, hotéis, supermercados, barracas de praias) de modo que eles possam compreender a importância desse pirarucu e facilita a relação do comprador e pescador.
O diretor de relações públicas da Z-20 - Jucivaldo Pereira ressaltou a importância ambiental do projeto: "o papel não é só incentivar a comunidade a aumentar o estoque do pirarucu, mas buscar parcerias pra que a gente possa estar levando o conhecimento de como eles podem estar lucrando mais" - explica.
Manejo do pirarucu
As comunidades Tapará Miri, Santa Maria e Pixuna realizam o manejo do pirarucu com maior expressividade na região. Além da fiscalização nos lagos, obedecem a regras estabelecidas por eles em acordos como o tamanho das espécies capturadas, o período do defeso, é aplicam técnicas de contagem para monitorar e evitar a pesca predatória.
Para o biólogo da Sapopema - Fábio Sarmento: "O que acontece atualmente é que eles tem todo o trabalho do manejo, mas já hora de vender, o preço é o mesmo dos vendidos pelas comunidades que não realizam nenhum trabalho de conservação".
Por este motivo, as entidades se uniram para capacita-los. No último sábado (02), os consultores da Sapopema estiveram nas comunidades Tapará Miri e Santa Maria para expor os rumos da capacitação.
Uma terceira reunião entre Sebrae, Cooperativa dos Pescadores, Colônia de pescadores Z-20 e Sapopema ficou marcada para a próxima segunda feira (11).