Terras caídas ameaçam comunidade São Ciriaco de Urucurituba. Velocidade de navios tem prejudicado moradores
/Naturalmente os moradores de determinadas áreas sofrem com a queda das terras da margem dos rios. Entretanto, mudança de rota de navios de grande porte e alta velocidade tem provocado queda e acidentes.
Preocupados com o desaparecimento da comunidade, as lideranças comunitárias solicitaram uma reunião com a Capitania dos Portos em Santarém - Marinha do Brasil, Ministério Público Estadual e Federal, Secretarias de Meio Ambiente Municipal e Estadual, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Além da Colônia de pescadores Z-20 e Sapopema.
O encontro aconteceu na manhã de quinta (23) no barracão da comunidade em questão. Na ocasião os moradores denunciaram que por dia cerca de 20 navios de grande porte passam carregados de Contêineres em alta velocidade - o que tem gerado uma série de transtornos aos ribeirinhos.
Eles contaram que canoas, bajaras e barquinhos ancorados à margem do rio
são arremessados quando as ondas são formadas pela rapidez das embarcações que navegam a menos de cem metros da comunidade. "Já houve prejuízos, vidas humanas por pouco não foram ceifadas. Teve um morador que sumiu no momento dessa onda muito forte mas deu tempo dele voltar. As terras caídas estão se agravando. A terra está caindo e eles estão muito apreensivos" - contou Jorge Oliveira - consultor da Sapopema que ouviu relatos de moradores.
Para os comunitários não é preciso alterar a rota. Eles querem apenas que a Capitania dos Portos oriente os condutores a diminuir a velocidade.
São ciriaco fica distante cerca de duas horas de Santarém de lancha. Os moradores temem que por causa da queda das terras, a comunidade seja extinta como já aconteceu com outras na região. "Quanto mais avança as casas para o interior da comunidade se aproxima do lago que está por trás da comunidade. E está acabando o espaço. Vai chegar um momento que eles vão ter que ser deslocados para outra comunidade e é o que eles não querem" - explica Oliveira.
| Por Ascom Sapopema - Samela Bonfim