Contagem de pirarucu aponta aumento de 33% em Costa do Tapará

Procedimento realizado no período de 16 e 17 de dezembro por pescadores certificados reforçou a importância do manejo da espécie na região. É o segundo ano do procedimento na comunidade;

Pescadores de comunidade Costa do Tapará comemoraram o resultado da contagem do pirarucu de manejo na região. Nos lagos Espurus e Laguinho, foram contados 505 pirarucus (277 bodecos e 228 adultos). No anterior, primeira realização do procedimento foram contados 380 peixes nos dois lagos.

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“Foi um resultado bastante rápido na comunidade. Eles iniciaram as conversas em 2015, e a partir de 2016 proibiram a pesca no lago e em 2018 fizeram a primeira contagem. Para esse ano de 2019 eles intensificaram as atividades de manejo, com vigilância” – explicou a bióloga da Sapopema, Poliane Batista.

Além dos vinte pescadores de Costa do Tapará, quatro de Pixuna do Tapará e quatro de Tapará Grande acompanharam a contagem e contribuíram no processo de monitoramento das espécies: “eles já são treinados e certificados para a contagem e estavam apoiando o processo e é algo interessante de ressaltar” – destacou Batista sobre a união das comunidades em prol da conservação da espécie no Projeto de Assentamento Agroextrativista. São parceiros da atividade: Sapopema, Comunidades do PAE Tapará, Colônia de Pescadores e Sebrae.

O que é contagem?

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A contagem é um procedimento anual que serve de critério para análise de como tem sido feito o trabalho de monitoramento dos lagos e de que maneira a espécie está se reproduzindo.

Conservar o maior peixe de água doce de escama do mundo tem sido a missão desses moradores de comunidades ribeirinhas. Através do monitoramento e fiscalização dos lagos é possível evitar furtos para permitir a procriação livre da espécie que corre risco de extinção.

Os peixes são divididos em duas categorias: Juvenis (menores que cem centímetros) e adultos (maiores que 100cm).

O que compreende o Manejo?

Um sistema de manejo comunitário do pirarucu foi desenvolvido na RDS Mamirauá a partir de uma metodologia de contagem participativa do pirarucu. Essa metodologia que aproveita o fato do pirarucu subir a superfície periodicamente para engolir ar e o conhecimento e habilidade do pescador de pirarucu, permite que equipes de pescadores contem o número de indivíduos num lago com alto grau de precisão. 

Para manejar o pirarucu a comunidade deve cumprir as seguintes etapas:

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  1. Realizar contagem visual de pirarucu, para estimar número de adultos e jovens

  2. Capturar uma cota de até 30% dos indivíduos adultos nos locais manejados

  3. Não capturar pirarucu abaixo de um metro e meio

  4. Não capturar pirarucu durante o período do defeso (01 de dez a 31 de maio)

  5. Vigiar lagos onde há pesca manejada

Pesquisadores e pescadores de Santarém foram capacitados nessa metodologia pelo Instituto Mamirauá e estão implementando o sistema junto às comunidades de alguns municípios do Baixo Amazonas.

Fotos: Luan Robson-Ufopa