Manejo do pirarucu: pescadores realizam contagem em Alenquer

No período de 8 a 11 de janeiro, contadores certificados contabilizaram os peixes em lagos de duas comunidades do município;

Este ano os pescadores realizaram o procedimento no mês de janeiro em Ilha do Carmo e Urucurituba. Anualmente eles realizam o procedimento como etapa de manejo para avaliar a estratégia de conservação nos lagos da região. Durante o período de 11 a 8 de janeiro foram contados 300 pirarucus (Bodecos e adultos) nos lagos das comunidades Ilha do Carmo e Urucurituba, contou a bióloga da Sapopema, Poliane Batista. Confira tabela abaixo:

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As comunidades sofrem com invasões frequentes, conflitos e furtos de peixes em períodos de desova. Para evitar que invasores continuem pondo em risco o equilíbrio do ecossistema, os pescadores realizam vigilância comunitária entre julho e setembro. Nesses meses, os comunitários se revezam diariamente para coibir a pesca ilegal na região.

O que é contagem?

A contagem é um procedimento anual que serve de critério para análise de como tem sido feito o trabalho de monitoramento dos lagos e de que maneira a espécie está se reproduzindo.

Conservar o maior peixe de água doce de escama do mundo tem sido a missão desses moradores de comunidades ribeirinhas. Através do monitoramento e fiscalização dos lagos é possível evitar furtos para permitir a procriação livre da espécie que corre risco de extinção.

Os peixes são divididos em duas categorias: Juvenis (menores que cem centímetros) e adultos (maiores que 100cm).

O que compreende o Manejo?

Um sistema de manejo comunitário do pirarucu foi desenvolvido na RDS Mamirauá a partir de uma metodologia de contagem participativa do pirarucu. Essa metodologia que aproveita o fato do pirarucu subir a superfície periodicamente para engolir ar e o conhecimento e habilidade do pescador de pirarucu, permite que equipes de pescadores contem o número de indivíduos num lago com alto grau de precisão. 

Para manejar o pirarucu a comunidade deve cumprir as seguintes etapas:

Realizar contagem visual de pirarucu, para estimar número de adultos e jovens;

Capturar uma cota de até 30% dos indivíduos adultos nos locais manejados;

Não capturar pirarucu abaixo de um metro e meio;

Não capturar pirarucu durante o período do defeso (01 de dez a 31 de maio);

Vigiar lagos onde há pesca manejada.

Fotos: Poliane Batista/Sapopema.


Fotos: Poliane Batista/Sapopema.