Duzentas e vinte e cinco famílias ribeirinhas obtém sistemas de água na várzea
/Construções do Programa Cisterna executadas pela Sapopema iniciaram em junho de 2018. Últimas obras foram finalizadas neste ano;
Moradores de onze comunidades de cinco PAEs de várzea estão contentes com o programa que possibilitou água e saneamento. Através da parceria entre Sapopema, Projeto Saúde e Alegria, Colônia de Pescadores Z-20 e Semap, foi possível implementar 225 sistemas de captação de água e construção de banheiros com fossa.
O projeto contemplou as comunidades Campos do Urucurituba, Campos do Aramanaí, Igarapé do Costa, Costa do Aritapera, Correio do Tapará, Santa Maria, Costa do Tapará, Tapará Miri, Tapará Grande, Aracampina e São José. No total 225 famílias foram beneficiadas com as tecnologias que mudaram a rotina e possibilitaram melhores condições para os ribeirinhos.
“As comunidades dessa região no verão ficam com uma água sem condições de uso. E essa água vai restabelecer até as forças das pessoas que no verão tem que trabalhar tanto. Nós somos muito gratos” – comentou José Maria da comunidade São José.
“Eu adorei muito, porque a dificuldade da nossa região era muito grande. A gente usava água barrenta” - relembrou Maria Luciete Soares de Correio do Tapará.
Antes da implementação das tecnologias, a água utilizada pelas famílias para beber e cozinhar era especialmente de poços ou do rio Amazonas. A estrutura da casa das famílias que receberam as tecnologias do Programa Cisterna, de 81% era de madeira, 17 % de alvenaria e 2 % mista (madeira e alvenaria). “O programa Cisterna mostrou que é possível a implementação de ações de saneamento direcionadas às comunidades de várzea. Esse projeto pode ser considerado pioneiro nesse componente” - explicou a técnica da Sapopema, Poliane Batista [Ouça áudio completo abaixo].
No dia mundial da água celebrado em 22 de março, a Sapopema ressalta a necessidade de cuidar dos recursos hídricos e possibilitar que todos tenham acesso à água potável. “Nós lembramos neste dia, da importância da água para as comunidades ribeirinhas da nossa região. Principalmente as localizadas na área de várzea do município de Santarém. Apesar da grande lâmina de água na nossa região, nem todas conseguem ter acesso à água potável para seu consumo. Essa é uma situação preocupante quando pensamos na saúde das pessoas. Nesse momento de pandemia, o quanto a água é importante para a higiene” - esclareceu o coordenador da Sapopema, Antônio José Bentes [Ouça áudio completo abaixo].
Desde 2018, quando foi feita a assinatura do programa que faz parte da chamada pública do governo federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Social do Programa Nacional ‘Cisterna’ de apoio a captação de água da chuva e outras tecnologias sociais de acesso à água, a Sapopema vem executando as obras, contemplando comunidades que não possuíam nenhum sistema de abastecimento. Apesar da implantação, a entidade reconhece a necessidade de ampliar o serviço para outras comunidades para beneficiar outras regiões que sofrem com a ausência de saneamento: “Como foi importante levar esse benefício para todas essas famílias e lembrar que ainda tem muitas famílias que precisam acessar água potável na nossa região. O acesso de água potável faz parte dos direitos humanos e é fonte de vida para todos os seres vivos do nosso planeta” - contou.
Sobre as tecnologias
A partir das discussões realizadas em assembleias, foram identificadas nas comunidades as famílias potencialmente beneficiadas com o projeto considerando os seguintes critérios de priorização para atendimento, nessa ordem: famílias em situação de extrema pobreza, famílias com perfil Bolsa Família, famílias chefiadas por mulheres, famílias com maior número de crianças de 0 a 6 anos, famílias com maior número de crianças em idade escolar; famílias com pessoas portadoras de necessidades especiais e famílias chefiadas por idosos. Além disso, também foi considerado pelas comunidades como critério de seleção a participação da família na organização comunitária.
Com a presença dos técnicos e responsáveis pelas obras, foi identificado a partir das peculiaridades de cada comunidade, a tecnologia mais adequada para construção. Foram elas:
Tecnologia nº13 (Sistema Pluvial Multiuso Autônomo para Ambiente de Várzea) Sistema autônomo constituído por uma estrutura para captação de água de chuva do telhado, dispositivo de tratamento da água, um reservatório individual elevado com capacidade para 1.000 litros, um reservatório complementar de 5.000 litros, uma instalação sanitária domiciliar com 4 pontos de uso, incluindo um banheiro com estrutura de vaso sanitário, pia para as mãos, chuveiro, pia para lavagem de louça e uma fossa.
Tecnologia nº14 (Sistema Pluvial Multiuso Comunitário para Ambiente de Várzea)
Sistema de captação da água de chuva posicionado no telhado por meios de calhas de coleta de água de chuva no beiral da unidade domiciliar, com um dispositivo de tratamento da água, um reservatório individual elevado com capacidade para 1.000 litros, e uma Instalação Sanitária Domiciliar constituído de uma fossa para ambiente de várzea e uma estrutura de banheiro com 4 pontos de uso: vaso sanitário, pia para as mãos, chuveiro e pia para lavagem de louça. A unidade domiciliar é também conectada a uma rede distribuição de água ligada ao sistema de abastecimento complementar.
Tecnologia nº07 (Sistema Pluvial Multiuso Comunitário para Ambiente de Terra Firme)
Composta por um sistema de captação da água de chuva posicionado no telhado por meios de calhas de coleta de água de chuva no beiral da unidade domiciliar, com um dispositivo de tratamento da água, um reservatório individual elevado com capacidade para 1.000 litros, e uma Instalação Sanitária Domiciliar (ISD) constituído de uma fossa para ambiente de terra firme e uma estrutura de banheiro com 4 pontos de uso: vaso sanitário, pia para as mãos, chuveiro e pia para lavagem de louça. A unidade domiciliar é também conectada a uma rede de distribuição de água ligada ao sistema de abastecimento complementar.