Estudo aponta custo benefício do manejo do pirarucu em comunidades do Baixo Amazonas

Iniciativas de manejo sustentável do pirarucu são referência para outras regiões. Atualmente, a maioria das iniciativas de manejo comunitário do pirarucu é apoiada pela Sapopema que também se preocupa com a viabilidade econômica do manejo do pirarucu na região, tendo em vista melhorar e ampliar a gestão sustentável do pirarucu;

Manejo comunitário em Costa do Tapará. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

Manejo comunitário em Costa do Tapará. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

O estudo liderado pela Sapopema, apresenta resultados de levantamento sobre os custos e benefícios dos sistemas de co-manejo do pirarucu de comunidades situadas na várzea do Baixo Amazonas, nos municípios de Santarém e Alenquer. O manejo de base comunitária tem sido desenvolvido na região desde o início dos anos 2000 e comunidades em parceria com entidades não governamentais têm somados esforços para gestão sustentável dos sistemas pesqueiros locais com enfoque no pirarucu. 

Segundo a bióloga Neriane Nascimento, Doutora em Ciências Ambientais, as iniciativas têm apresentado resultados ecológicos positivos por meio da recuperação das populações locais da espécie nos lagos de várzea. "Há indícios também que as experiências de manejo comunitário têm contribuído para o processo organizativo das comunidades, contribuindo para a sustentabilidade social do manejo” - explica. 

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O pirarucu é uma espécie de alto valor econômico, entretanto, os investimentos para implementação e execução do manejo do pirarucu também são elevados. Portanto, uma avaliação dos custos frente aos benefícios gerados pelo manejo do pirarucu é necessária a fim de oferecer um vislumbre a respeito de sua viabilidade econômica.

A pesquisa mostra que atualmente, a pesca representa 40% da renda na economia familiar dos moradores da várzea do Baixo Amazonas, empregando em torno de 111.000 pessoas que são responsáveis por 65% da captura total. Os pescadores da várzea podem ser divididos em duas categorias, não excludentes entre si: o ribeirinho e ou artesanal e o pescador comercial.

No baixo Amazonas, os sistemas de manejo de base comunitária são compostos pelas seguintes atividades: reuniões, espaço e momento de negociação e de avaliação das normas do manejo, contribuindo para a organização comunitária em torno do manejo; monitoramento dos estoques, realizado por meio das contagens de pirarucu, a partir das quais pode se estabelecer o censo populacional do pirarucu nos lagos. Vigilância dos lagos, proteção dos recursos pesqueiros como prevenção à captura ilegal principalmente em períodos de maior vulnerabilidade dos estoques; captura do pirarucu, realizada pelos pescadores de forma individual ou coletiva e; por fim, a comercialização, realizada também de forma individual ou coletiva.

Para melhorar a renda dos manejadores do pirarucu, duas Feiras do Pirarucu de manejo do Pará foram realizadas em Santarém em 2020. Leia mais sobre aqui.

Para melhorar a renda dos manejadores do pirarucu, duas Feiras do Pirarucu de manejo do Pará foram realizadas em Santarém em 2020. Leia mais sobre aqui.

Atualmente, as comunidades que estão desenvolvendo manejo do pirarucu no baixo Amazonas e que são assessoradas pela Sapopema são: Costa do Tapará, Ilha do Carmo, Pixuna do Tapará, Santa Maria do Tapará, Tapará Grande, Tapará Miri e Urucurituba. 

Para entender sobre a execução das atividades do manejo nas comunidades citadas acima e detalhes do estudo, acesse na íntegra aqui: