Cartilhas educativas sobre manejo do pirarucu são distribuídas em comunidades ribeirinhas 

Pescadores de Pixuna do Tapará receberam exemplares no último sábado (19). Distribuição segue para comunidades Costa do Tapará, Ilha do Carmo, Santa Maria, Tapará Miri e Urucurituba.

O sistema de manejo participativo e sustentável do pirarucu foi desenvolvido na década de 1990, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada no estado do Amazonas. A construção desse sistema foi subsidiada por pesquisas sobre aspectos da pesca, biologia e ecologia da espécie. Até hoje o manejo do pirarucu continua sendo realizado no Amazonas e tem se expandido para outros estados amazônicos, como é o caso das comunidades do Baixo Amazonas paraense.

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A cartilha desenvolvida foi baseada na experiência que a Sapopema vem realizando na região do Baixo Amazonas-Pará e apresenta informações resumidas sobre os princípios e etapas do manejo do pirarucu, que envolve a realização de uma série de procedimentos relacionados à organização comunitária, vigilância dos ambientes aquáticos, estabelecimento de regras de uso dos recursos, realização de levantamento dos estoques, pesca sustentável e comercialização. 

Através do manejo participativo do pirarucu, é possível fortalecer a organização social, recuperar os estoques pesqueiros nas comunidades e melhorar a renda dos pescadores. O material foi preparado com objetivo de auxiliar os técnicos e usuários que trabalham ou pretendem trabalhar com o manejo pesqueiro do pirarucu nas comunidades de várzea.

“O objetivo das cartilhas foi disseminar as informações sobre o manejo do pirarucu. Neste material são encontradas informações sobre o sistema de manejo, etapas, benefícios e procedimentos importantes para sua implementação. A cartilha dá uma visão geral de como é o funcionamento do sistema de manejo. Além de uma cartilha geral falando sobre o manejo do pirarucu, foram produzidas cartilhas específicas para as comunidades que já desenvolvem o manejo. Além das informações gerais, também há informações sobre o monitoramento da pesca, contagens que são procedimentos essenciais pra manutenção do manejo do pirarucu” - ressaltou a bióloga da Sapopema, Poliane Batista. 

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Foram produzidas cartilhas de Costa do Tapará, Pixuna do Tapará, Ilha do Carmo, Santa Maria, Tapará Miri e Urucurituba. Estas comunidades receberão a devolutiva dos dados e informações educativas sobre os princípios do manejo. Para os moradores de Pixuna do Tapará, a primeira a receber as cartilhas, ter a posse dessas informações é fundamental para avaliar o manejo e fortalecer as ações de conservação: 

“Os dados são importantes porque deixam pra nós uma identidade da nossa população do futuro abate do que vai acontecer no decorrer da pesca. São dados importantes pela questão do manejo. Esses dados vão servir de base para a organização da comunidade… É uma forma de conservação do pescado. Esse manejo se integra na conservação pra que a gente possa ter sempre na nossa mesa” - Alacide de Sousa - Pixuna do Tapará.

“A gente sabe a cota que a gente pode tirar. A gente tem uma preocupação muito grande em relação ao manejo do pirarucu” - Alcinei Rodrigues - presidente da Associação de Pixuna do Tapará.

Clique na imagem para baixar cartilha.

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O manejo do pirarucu apresenta benefícios ecológicos porque é uma ferramenta de conservação do pirarucu no ecossistema de várzea. Além disso, contribui para a proteção de outras espécies, como é o caso dos quelônios e diversos peixes. Econômicos: é uma prática de uso sustentável que traz bons resultados para as populações que dependem do pescado como principal fonte de sobrevivência, pois o manejo gera maior produtividade pesqueira nos ambientes aquáticos e renda aos pescadores. Sociais: estimula a organização comunitária, promove capacitações aos pescadores e possibilita o investimento em locais de uso coletivo, o que agrega maior capital social às comunidades. Cultural: valoriza os saberes e as práticas tradicionais dos pescadores e sua identidade histórica com o território.

“Essa informação é muito importante para a comunidade fazer um processo de monitoramento da atividade e também planejamento pra melhorar esse processo. Também há informações sobre esse sistema de monitoramento do manejo do pirarucu que inclui vários processos. Para a comunidade ter em mãos quando tiver alguma dúvida sobre essa etapas do manejo” - Poliane Batista - bióloga da Sapopema.

As comunidades também estão recebendo as cartilhas de monitoramento da pesca na várzea do Baixo Amazonas que reúnem dados sistematizados das comunidades Urucurituba, Ilha de São  Miguel, Tapará Miri, Santa Maria do Tapará e Pixuna.

As comunidades também estão recebendo as cartilhas de monitoramento da pesca na várzea do Baixo Amazonas que reúnem dados sistematizados das comunidades Urucurituba, Ilha de São Miguel, Tapará Miri, Santa Maria do Tapará e Pixuna.