Projeto Ciência Cidadã inicia nova experiência em Santarém, Aveiro e Itaituba

Professores e alunos da rede Pública Municipal de onze comunidades dos três municípios farão parte do projeto de monitoramento da migração de peixes na bacia Amazônica;

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Após a conclusão da experiência piloto com uso do aplicativo ictio na comunidade Aracampina e aldeia Solimões, ambas em Santarém, o projeto de educação ambiental com uso de tecnologia digital será continuado nas duas e implementado em outras nove comunidades. O projeto da Rede Ciência Cidadã da WCS executado pela Sapopema ganhou novos parceiros. O Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Oeste do Pará e Baixo Amazonas - MOPEBAM com apoio da TNC, será responsável por executar os trabalhos em Suruacá, Parauá, Aldeia Solimões (Tapajós), Cametá (Aveiro) e São Luís (Itaituba). 

"Para o Mopabem é um projeto muito importante que vai formar jovens lideranças nas comunidades para acompanhar a diferença entre as espécies de pescado" - ressaltou o membro da coordenação do Movimento, Edvaldo Rocha.

Já a Sapopema com apoio da WCS ampliará as ações para além de Aracampina, nas comunidades manejadoras de pirarucu: Costa do Tapará, Santa Maria, Tapará Grande, Tapará Miri e Pixuna do Tapará. “Esse projeto integra o projeto de uma rede na Amazônia que faz monitoramento de peixes migratórios. É a continuidade de um projeto piloto que nós havíamos iniciado com a comunidade Solimões e Aracampina e hoje a gente retoma e começa uma nova etapa envolvendo várias instituições de apoio como o Mopebam, Sapopema, Projeto Saúde e Alegria. E dessa vez integra a Secretaria de Educação através da representação do professor Nilton que é representante da área de rios e nós da Ufopa. A participação nesse projeto dos professores, alunos e representantes dos conselhos de pesca, representa um passo nesse processo de monitoramento porque é fundamental a dinâmica e as mudanças que vão acontecendo aqui na região” - explicou a professora da Ufopa, Socorro Pena.

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Nesta semana, professores e representantes das escolas selecionadas para integrar o projeto, participaram do primeiro encontro para apresentação da metodologia participativa e critérios de participação. Na ocasião foi apresentado o App Ictio – 'peixe' no grego - desenvolvido para onde voluntários registram informações sobre peixes migradores nas comunidades durante as pescarias. Algumas espécies monitoradas viajam milhares de quilômetros e passam por várias regiões distintas. Entender como está sendo o processo de migração é importante para descobrir as rotas e se há algum fator impedindo esta migração. 

A diretora da Escola Nossa Senhora das Graças da aldeia Solimões, Aurenice Fernandes explicou que a expectativa da continuidade do projeto era grande e que eles já haviam se organizado para uma nova fase: "Nós já tivemos um diálogo na escola com nossos alunos. A seleção já foi feita. Eu tenho certeza que daqui pra frente nós vamos fazer o melhor porque esse projeto só vem pra contribuir para nossas pesquisas, nossos trabalhos, trabalhos dos nossos alunos na sala de aula".

Jovens de Aracampina e Solimões em oficina de capacitação na experiência piloto em 2019. Foto: Arquivo.

Jovens de Aracampina e Solimões em oficina de capacitação na experiência piloto em 2019. Foto: Arquivo.

Quando cadastrados na plataforma, usuários passarão a informar listas de pesca com definição de espécies capturadas, local de pesca, peso e quantidade. A proposta valoriza os conhecimentos tradicionais dos pescadores e pescadoras integrando o uso de uma nova tecnologia  para a produção de conhecimentos científicos. Para participar do projeto, cada escola receberá o acompanhamento técnico e suporte tecnológico com computadores e aparelhos celulares. 

Para o Assessor de Rios da Semed, Nilton Araújo, o projeto apresenta a possibilidade de fortalecer as ações de educação ambiental para além da educação formal: “A gente percebe que o parâmetro do projeto Ciência Cidadã pode abrir vários leques de informações para a educação ambiental. Falar da valorização, da pesca predatória, preservação do meio ambiente. Tem como trabalhar vários assuntos, conteúdos transversais dentro do meio ambiente”.

No mês de junho será realizada oficina com estudantes selecionados pelas escolas para capacitação ao uso do aplicativo. São parceiros na iniciativa: Sapopema, Mopebam, Saúde e Alegria, UFOPA, Semed-Santarém, WCS e TNC.