Pescadores indicam situação da pesca na região do Baixo Tapajós em oficina de mapeamento participativo
/Oficina objetiva estabelecer uma linha de base sobre a situação da pesca e sua relação com as principais intervenções de grandes projetos na região do Baixo Tapajós;
Lideranças comunitárias de Suruacá, Solimões e Parauá participaram na manhã desta segunda-feira (16/08) da “Oficina de mapeamento participativo das dinâmicas da pesca da região do Médio e Baixo Tapajós” na Colônia de Pescadores Z-20 para dar continuidade às atividades no âmbito do projeto “Construção de diagnóstico e linha de base para pescadores do médio e baixo Tapajós”, liderado pelo Mopebam, em parceria com a Sapopema e Colônia de Pescadores Z-20 e apoio da TNC.
Durante a oficina, pescadores identificaram nos mapas da região, locais onde ocorre a pesca, quais acordos de pesca, principais espécies capturadas, rotas migratórias de pesca, conflitos de pesca, áreas potenciais de manejo, conflitos com madeireira e áreas indígenas. Em cada comunidade os participantes sinalizaram a presença de invasões de grandes barcos ‘geleiras’ que capturam grande quantidade de peixes, com apetrechos não autorizados, e que geram danos ao meio ambiente.
"A pescaria clandestina que são o mergulho, arrastão e grandes geleiras que invadem o nosso território. A gente tenta dialogar com eles, mas muitas vezes eles não atendem” - Leonir Sousa, comunidade Solimões.
“A gente identificou que nós temos conflito com as geleiras. É a nossa maior preocupação e o maior problema porque eles invadem e prejudicam o meio ambiente. Eles vão capturar os peixes e capturam o peixe de escama e não levam. O peixe morre no rio” - Raimundo dos Santos, Suruacá.
"Eles são barcos preparados pra grande pesca. Eles invadem a noite e de dia. Não tem fiscalização" - Claudionor Melo, Parauá.
A incidência das invasões preocupa os comunitários que se vêem em uma situação de desrespeito aos acordos de pesca estabelecidos nos territórios. As informações registradas serão reunidas no diagnóstico para linha de base aos pescadores do médio e baixo Tapajós - o qual poderá ser utilizado para elaboração de ações que visem a resolutividade dos problemas identificados. Para o coordenador do Mopebam, Manoel Pinheiro, a dinâmica utilizada foi fundamental para a construção do instrumento: "Esse mapeamento vem possibilitar o conhecimento da região de uma forma bem definida, em especial para os pescadores".
Segundo a coordenadora da Sapopema, Wandicleia Lopes, o momento é de oportunizar ações que visem fortalecer as atividades da pesca, otimizando o fluxo de trabalho com organização e estratégia.