Pesca manejada do pirarucu movimentou mais de 260 mil em quatro comunidades do PAE Tapará em 2022
/Estratégia de conservação do estoque de pirarucu em lagos comunitários tem resultado no aumento da cota anual, e respectivamente, contribuído para a geração de renda aos pescadores artesanais
O levantamento da Sapopema através de monitores nas próprias comunidades identificou que em 2022, quatro comunidades manejadoras do PAE Tapará capturaram 1.342 pirarucus e comercializaram 17.738 kg de manta fresca, gerando uma receita de R$ 264.420,00. A maior produção foi registrada na comunidade de Tapará Miri (9.834 kg de manta), seguida por Pixuna (4.899 kg), Santa Maria (1.905 kg) e Costa do Tapará (1.101 kg).
A maior parte do pescado derivou de pescarias individuais ou regime de parceria entre pescadores (89% capturados dessa forma). A comunidade de Costa de Tapará foi a única a realizar exclusivamente pesca coletiva em 2022, devido ao acordo de pesca local.
A produção da pesca coletiva das comunidades de Costa do Tapará e Santa Maria (2.038 quilos de manta) foi comercializada durante a feira do pirarucu realizada no dia 12 de novembro em Santarém. Já a comunidade Pixuna vendeu os pirarucus de suas pescarias coletivas para o Restaurante Casa do Saulo e durante um evento de turismo realizado na própria comunidade.
Quanto à pesca individual ou em parceria realizada pelos pescadores, dos 1.192 pirarucus capturados pelos pescadores de Tapará Miri, Pixuna e Santa Maria, 79% das capturas ocorreram em Tapará Miri.
Os registros são fruto da estratégia de Assistência Técnica da Sapopema que apoiada por seus parceiros, como a TNC, desenvolve assessoria regular na comunidade, para fortalecer a iniciativa. Em 2022, o monitoramento ganhou reforço com a estruturação do Programa de formação de monitores para manejo da pesca, onde jovens foram capacitados para o registro das informações nas próprias comunidades.
Esses dados foram sistematizados por especialistas e pesquisadores da Sapopema. A responsável pelos trabalhos, a bióloga Poliane Batista, explica que os números são importantes para avaliar os resultados do esforço dedicado ao manejo e propor estratégias para manutenção dos estoques e a renda dos manejadores.
Anualmente os pescadores promovem contagens para avaliar os estoques de pirarucus nos lagos. O manejo sustentável e participativo prevê ainda a obediência ao período do defeso (01 de dezembro a 31 de maio) e vigilância dos lagos.