Inicia projeto de Fortalecimento da Gestão Ambiental e Territorial Indígena na Terra Itixi Mitari no Amazonas
/No período de 23 a 24 de abril, a equipe técnica da Sapopema iniciou a implementação da ID 216 do projeto "Organização da Proteção Territorial Indígena da Terra Itixi Mitari – Fortalecimento da gestão ambiental e territorial, TI Itixi Mitari". A iniciativa tem como objetivo principal fortalecer as ações de vigilância já em execução, capacitar e regularizar as associações indígenas Apurinã, e retomar a construção do Plano de Gestão Ambiental e Territorial (PGTA), visando consolidar as ações de proteção, conservação e uso sustentável dos recursos ambientais e da biodiversidade na terra indígena.
A primeira ação concreta do projeto foi a realização do planejamento para o primeiro ano, que envolve atividades relacionadas aos objetivos específicos 1 e 2: Fortalecer as atividades de vigilância na Terra Indígena e Capacitar e regularizar as associações APIATI e AMITTG. O planejamento ocorreu na aldeia Makauã e contou com a participação de representantes das aldeias TI Itixi Mitari e membros da direção das associações, que são as idealizadoras do projeto aprovado no ciclo 2 do edital do Floresta + Comunidades.
Neriane Nascimento, coordenadora técnica de implementação do projeto, destacou a importância da iniciativa: "O projeto será muito bem-vindo pelos indígenas para fortalecer as ações que eles já vêm desenvolvendo, principalmente de vigilância e proteção territorial, incluindo os lagos. Eles têm equipes de vigilância que fazem rodízio protegendo essa riqueza que é muito visada por invasores." Ela também ressaltou que o projeto prevê a construção de duas novas bases de vigilância, ampliando a área de cobertura da proteção territorial, além de reformar as bases já existentes. "Vamos também regularizar a associação das mulheres, que têm um papel fundamental no artesanato local e na geração de renda na aldeia", acrescentou Nascimento.
Outro ponto chave do projeto é a construção do plano de gestão territorial e ambiental da Terra Indígena, que representa um grande avanço para a TI Itixi Mitari. "Isso é um grande passo para formalizar os protocolos de uso dos recursos e do território, além de demonstrar as demandas e potencialidades dentro da TI", concluiu Nascimento.
Com essas ações, o projeto "Organização da Proteção Territorial Indígena da Terra Itixi Mitari" promete ser um marco no fortalecimento da gestão ambiental e territorial, trazendo benefícios duradouros para as comunidades indígenas envolvidas.
“Esse projeto foi muito bom para todos nós, que moramos na terra indígena. A gente espera que daqui pra frente tudo esteja em tranquilidade no trabalho, na parte da vigilância, para todos os povos indígenas” - contou o presidente da APIATI da TI Itixi Mitari, Mateus Jacinto.
Com o histórico de assistência técnica para o manejo do pirarucu no baixo Amazonas, a Sapopema foi escolhida pelas organizações para contribuir na implementação da proposta, uma vez que está habilitada ao edital do Projeto Floresta + Amazônia, uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, o qual abriu habilitação de associações de base comunitária, povos indígenas e Organizações Não-Governamentais.
A estratégia contempla ações para onze aldeias do povo Apurinã, numa parceria entre as Associações indígenas, a Funai e Sapopema.
A APIATI é uma entidade criada pelos Apurinã da TI Itixi Mitari com os objetivos de lutar pelos direitos dos povos indígenas; incentivar o trabalho comunitário de forma sustentável; reivindicar ações que melhorem a vida dos comunitários nas comunidades indígenas; promover a formação e qualificação de lideranças indígenas, dentre outros. Ela é responsável por representar a TI juridicamente frente à sociedade não-indígena, elaborando estratégias para defesa dos direitos e interesses da comunidade e fazendo interlocução com órgãos e instituições parceiras.
A AMITTG (Associação das Mulheres Indígenas Trabalhadoras da Terra Grande) é a entidade das mulheres, ainda não regularizada, que tem como objetivo a busca de parcerias com as entidades externas para apoio às mulheres indígenas na implementação de projetos de segurança alimentar e geração de renda.