Repórteres comunitários evidenciam soluções climáticas e crises em comunidades da Amazônia
/Iniciativa liderada pela Sapopema tem estimulado a conscientização, monitoramento e mitigação de impactos das mudanças climáticas, buscando o fortalecimento de ações proteger o meio ambiente e evitar futuros desastres
A tragédia no Rio Grande do Sul, alerta para as consequências devastadoras da negligência ambiental e da falta de regulamentação adequada. Esse evento, que resultou em perda de vidas, destruição de ecossistemas e contaminação de rios e solos, ascende a necessidade de ações urgentes de conscientização e educação ambiental para mitigação dos efeitos da crise climática.
Desde 2018, a Sapopema, organização com mais de vinte anos de atuação no Pará, tem implementado atividades de educação ambiental em projetos de ciência cidadã. Mais recentemente, em 2023, lançou um programa para fortalecer a voz das comunidades locais, visando capacitar jovens de comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas para se tornarem repórteres comunitários, produzindo conteúdo relevante sobre questões ambientais e climáticas na região do Tapajós.
Em março deste ano, estreou a Chamada Criativa denominada “Nossas Águas pelas Lentes da Juventude”. O concurso premiou vídeos que abordam os efeitos das mudanças climáticas em territórios ribeirinhos, indígenas e quilombolas. Os temas incluíram a falta de chuvas, seca extrema, instabilidade, proteção aos rios e poluição hídrica, entre outros.
No evento, dez bolsistas foram selecionados para produzir conteúdos regulares por três meses, os quais estão sendo acompanhados e orientados pela equipe técnica da Sapopema. Por meio da iniciativa, os jovens se envolvem ativamente na produção de conteúdo relevante e para ampliar a conscientização sobre as questões ambientais que afetam diretamente suas comunidades:
Aumenta a conscientização sobre questões ambientais, pois os jovens repórteres podem documentar e relatar eventos locais, incluindo problemas relacionados à água, poluição e mudanças climáticas.
Ao informar as comunidades sobre os riscos e impactos ambientais, podem ajudar a prevenir futuros desastres.
Os repórteres comunitários podem monitorar de perto a qualidade da água e os ecossistemas locais
Com informações precisas, eles podem lutar por regulamentações mais rigorosas e pela aplicação das leis ambientais existentes.
A ação local é fundamental para a mitigação das mudanças climáticas. Ao documentar os efeitos das mudanças climáticas em suas comunidades, os repórteres podem sensibilizar o público e pressionar por medidas de adaptação e redução de emissões.
Além disso, a proteção dos rios e a promoção de práticas sustentáveis são essenciais para combater os impactos climáticos.
Produções audiovisuais
A proposta do Programa de fortalecimento dos repórteres comunitários dos rios e florestas do baixo Amazonas, implementado pela Sapopema com apoio do Projeto Saúde a Alegria no âmbito do Projeto Vozes do Tapajós Combatendo as Mudanças Climáticas e TNC, é oportunizar espaços para incentivar a produção local sobre o que acontece nas comunidades que pode ser denunciado e/ou replicado.
Nestes três meses, as produções destacam as seguintes temáticas:
Mudanças climáticas e recursos pesqueiros;
Mudanças Climáticas e as culturas das comunidades tradicionais e povos originários;
Mudanças Climáticas e mobilidade;
Mudanças Climáticas e impactos nos modos de vida;
Mudanças climáticas e impactos na organização comunitária;
Mudanças Climáticas e impactos nos recursos hídricos;
Mudanças Climáticas e a questão de gênero;
Mudanças Climáticas e sugestão de políticas públicas;
Mudanças Climáticas e alternativas de adaptação;
Mudanças climáticas e a questão geracional (idoso e juventude)
Os vídeos estão sendo publicados na playlist do Programa. Os dois primeiros destacam as políticas públicas para mitigação da crise climática e a cultura das comunidades e povos originários.