10ª oficina de construção participativa do Game ‘Pescaviva’ comemora resultados do projeto

Encontro de encerramento do ciclo de oficinas de construção colaborativa do jogo Pesca Viva, reuniu lideranças dos municípios de Óbidos, Juruti e Santarém, Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Feagle e STTR-STM 

Iniciativa mediada pela Sapopema por meio dos Projetos Saberes/Bonds/Psiop concluiu mais uma etapa no mês de dezembro em Santarém. A oficina de número dez foi realizada na região onde estão sendo capacitados os participantes para contribuírem de forma qualificada nas discussões e implementação dos acordos de pesca, envolvendo municípios de Santarém, Juruti e Óbidos, integrando a participação das Colônias de Pescadores, Conselhos de Pesca e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.

Pescadores, agricultores e extrativistas que atuam na região de confluência do Lago Grande e Arapixuna participaram da última  oficina do ano de validação da construção colaborativa de um jogo sobre a pesca,  que visa contribuir com as ações para a sustentabilidade da atividade pesqueira. Na proposta que engloba a implementação do game ‘Pescaviva’, pesquisadores e pescadores se reuniram para avaliar os diferentes perfis de pescadores que atuam na região e como a diversidade de atores sociais influencia na dinâmica da pesca e na construção e implementação dos acordos de pesca.

Concluído, o jogo se aproxima da realidade, ao integrar as observações das lideranças comunitárias que desenharam ao longo de nove oficinas, os elementos que demonstram as características da pesca nos ambientes de várzea. “Esse processo começou em novembro de 2021 e encerra hoje com jogo que foi evoluindo ao longo desse tempo para retratar a realidade da pesca, que é dinâmica e diversa. Testando com eles e nas comunidades. Foi um trabalho muito significativo e gratificante. A ideia é que ano que vem a gente amplie e consolide esse espaço”, ressalta Neriane da Hora, pesquisadora da Sapopema.

O jogo iniciou com um tabuleiro, que foi revisado pelos pescadores,  e serviu como um direcionamento para a versão  do jogo que está sendo computadorizada. Para Wandicleia Lopes, da coordenação da Sapopema, a oficina dialoga com o processo de regulamentação do acordo de pesca da região do Lago Grande e Arapixuna. As duas regiões estão na expectativa do reconhecimento do acordo de pesca, a partir da publicação no Diário Oficial do Estado em junho de 2021, do Decreto Nº 1.686, de 29 de junho de 2021, que estabeleceu critérios para a formalização dos acordos de pesca em comunidades pesqueiras. 

É um processo muito rico porque coincidiu com o período em que essas regiões, Arapixuna e Lago Grande estavam fazendo a revisão do acordo de pesca e possibilitou os pescadores e as lideranças se capacitarem para esse processo de revisão. Para a Sapopema, é um passo muito importante de capacitação, sensibilização e envolvimento de todos. Uma vez que tem pescadores participando das oficinas, secretarias municipais de meio ambiente, universidades, organizações não governamentais. Um grupo de esforço coletivo e institucional que está em torno dessa discussão e que vem fortalecer a pesca na região. A perspectiva é que a gente possa dar continuidade nesse processo, ampliando e envolvendo jovens dentro das discussões pra que nós possamos cada vez mais a pesca na região”, diz Wandicleia Lopes da Sapopema.

Esse processo iniciou por meio de uma articulação da Sapopema, através do projeto Saberes e Bonds junto às Colônias de Pescadores das colônias de Santarém, Óbidos e Juruti. É um processo que vem sendo construído de forma coletiva e participativa que tem como tema principal a pesca artesanal. Segundo o professor da UFRJ, Gustavo Mendes, também se alinha às demandas dos próprios comunitários. “As questões do acordo de pesca, fiscalização, organização das comunidades para fazerem seus manejos pesqueiros são temas que mobilizam a região. O projeto surge como uma iniciativa para fortalecer o diálogo entre os diferentes setores envolvidos com a pesca através de diversas ações com jogos pedagógicos. Pesca Viva porque representa os desafios para que possa se manter viva a identidade da pesca. Não apenas o recurso pesqueiro, mas a identidade do pescador artesanal”, conclui. 

Para o presidente da Colônia de Pescadores de Juruti, Renato de Melo, participar das oficinas foi importante para alinhar estratégias lúdicas de conscientização para proteção dos territórios: “foi muito valioso receber esse conhecimento e ajudar com meu conhecimento no projeto. É uma pesquisa inédita na nossa região, envolvendo os municípios de Santarém, Juruti e Óbidos. Fico muito feliz em fazer parte desse momento”, ressalta.

De acordo com o Secretário Geral da Colônia de Óbidos, Alexandre Pimentel, o ponto forte da experiência é garantir mecanismos para a promoção da conservação: “É um projeto educativo. É o décimo encontro e está agregando conhecimentos em relação aos acordos de pesca no qual a gente vai promover nas Colônias e entidades, manutenção do defeso, respeito às espécies, as Semmas durante as fiscalizações. É um projeto inovador que está trazendo muito conhecimento pra gente”.

Raimundo Nonato, Coordenador Geral da Z-20 no Lago Grande, pontua que a região tem sido alvo de constantes conflitos de pesca, e encontrar alternativas de mediação de conflitos, é fundamental: “Foi um aprendizado grande porque a gente nunca tinha se deparado com essas questões. A gente comparou como hoje a gente vive uma realidade dentro da nossa região. Veio para nos despertar. A gente vai levar para os companheiros. Se não houver um acordo, uma freada, daqui dez anos a gente não vai ter mais pescado”. 

Neste último encontro foram pactuados encaminhamentos e definido o plano de ação para o ano de 2023, que integra ações para compartilhamento da arena de interação às comunidades participantes, para promover novas ideias e projetos importantes para a gestão sustentável da pesca e o desenvolvimento socioambiental das comunidades da região.

Pra mim foi uma felicidade participar desde o início. Mais um conhecimento no trabalho da entidade. Vai agregar nos nossos trabalhos. Essa oficina é voltada para a questão da pesca no Lago Grande”, Benilson Cardoso - Diretor de Assistência Social na Z-20. 

Uma aproximação da instituição com os pescadores. Com a participação das instituições, ajudou a facilitar a comunicação do órgão com os pescadores. O jogo e a forma de implementar o nível de educação ambiental, já facilitou o tema com os pescadores”, Aline Abreu - assessora jurídica da Semas Pará.

Esse movimento de mobilização de pesca e nossos acordos que estamos criando dentro da região, através desses movimentos está sendo muito importante para todas as comunidades da região. Vai ajudar com que a nossa produção seja mais elevada”, Raimundo Pereira - Representante do Conselho Regional de Pesca do Arapixuna.

O STTR faz parte das nove regiões. Essa pesca viva se trata de um jogo pedagógico. O intuito desse jogo é implantar uma conscientização, para despertar o conhecimento do pescador para conservar os peixes”, Adnor Santos - Secretário geral do STTR - STM.

A gente consegue valorizar o pescado./pescador. Eu gostei muito de participar de aprender muita coisa que eu não sabia”, Odenilze Miranda - Feagle, diretora de finanças.