A população do Norte vive uma realidade de grande dificuldade em relação ao abastecimento de água. Nesta região, apenas 58,9% dos domicílios estão ligados à uma rede de distribuição de água, bem menos que os 85,7% registrado nacionalmente e até inferior aos 69,1% do Nordeste, que é a região do país que concentra a menor quantidade de água. Especificamente o município de Santarém, tem o 4º pior índice de saneamento do Brasil, conforme demostrado pelos dados do Instituto Trata Brasil, que avaliou no ano 2019 as 100 maiores cidades do país e os principais indicadores de água e esgoto.
Para as populações ribeirinhas esses conjuntos de medidas relacionadas ao saneamento (como o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e manejo de resíduos sólidos) são praticamente inexistente. Questões políticas e administrativas podem ser apontados com os principais motivos responsáveis pela precariedade do sistema de saneamento básico nas comunidades rurais, principal da região de várzea. Além disso, a dinâmica natural do rio e a heterogeneidade da paisagem do ambiente exigem a implementação de sistemas diferentes dos comumente utilizados no meio urbano, o que vai demandar ainda mais planejamento para execução de projetos de saneamento nesses ambientes de maior complexidade.
Nesse contexto de falta de saneamento às famílias ribeirinhas, tecnologias de acesso a água e instalação sanitária domiciliar que se aplique a realidade vivenciada pelos moradores da várzea do baixo rio Amazonas vêm sendo implementadas na região.
Tipos de tecnologias implementadas
Sistema Pluvial Multiuso Autônomo para Ambiente de Várzea – consiste em um sistema autônomo constituído por uma estrutura para captação de água de chuva do telhado, dispositivo de tratamento da água, um reservatório individual elevado com capacidade para 1.000 litros, um reservatório complementar de 5.000 litros, uma instalação sanitária domiciliar com 4 pontos de uso, incluindo um banheiro com estrutura de vaso sanitário, pia para as mãos, chuveiro, pia para lavagem de louça e uma fossa.
Sistema Pluvial Multiuso Comunitário para Ambiente de Várzea – compõe-se de um sistema de captação da água de chuva posicionado no telhado por meios de calhas de coleta de água de chuva no beiral da unidade domiciliar, com um dispositivo de tratamento da água, um reservatório individual elevado com capacidade para 1.000 litros, e uma Instalação Sanitária Domiciliar constituído de uma fossa para ambiente de várzea e uma estrutura de banheiro com 4 pontos de uso: vaso sanitário, pia para as mãos, chuveiro e pia para lavagem de louça. A unidade domiciliar é também conectada a uma rede distribuição de água ligada ao sistema de abastecimento complementar.
Sistema Pluvial Multiuso Comunitário para Ambiente de Terra Firme – compõe-se de um sistema de captação da água de chuva posicionado no telhado por meios de calhas de coleta de água de chuva no beiral da unidade domiciliar, com um dispositivo de tratamento da água, um reservatório individual elevado com capacidade para 1.000 litros, e uma Instalação Sanitária Domiciliar (ISD) constituído de uma fossa para ambiente de terra firme e uma estrutura de banheiro com 4 pontos de uso: vaso sanitário, pia para as mãos, chuveiro e pia para lavagem de louça. A unidade domiciliar é também conectada a uma rede distribuição de água ligada ao sistema de abastecimento complementar.
Localidades beneficiadas
Já foram beneficiadas diretamente 225 famílias de 11 comunidades com três diferentes tecnologias de acesso à água: Campos do Urucurituba (PAE Urucurituba), Campos do Aramanai (PAE Urucurituba), Igarapé do Costa (PAE Urucurituba), Costa do Aritapera (PAE Aritapera), Correio do Tapará (PAE Tapará), Santa Maria (PAE Tapará), Costa do Tapará (PAE Tapará), Tapará Miri (PAE Tapará), Tapará Grande (PAE Tapará), Aracampina (PAE Ituqui) e São José (PAE Lago Grande).
