Da escama de pirarucu à Biojoia: como comunitárias estão aproveitando o artesanato para melhorar a renda familiar

Antes do projeto de produção artesanal as escamas iam parar no lixo. Hoje, as mulheres da comunidade descobriram como o material pode ser aproveitado e melhorar o faturamento das populações tradicionais da várzea

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Animadas com o resultado da exposição as mulheres de Santa Maria do Tapará estão organizando novas produções artesanais a partir da escama do peixe que gerou o tradicional festival da comunidade que chegou este ano à décima segunda edição.

Até então, a produção artesanal era feita esporadicamente e sem tanta expectativa de render faturamento. Com a realização de oficinas para melhorar a produção, aprendizagem de técnicas de higienização e limpeza das escamas, as pescadoras e mulheres de pescadores descobriram uma nova forma de ganhar dinheiro: a produção de biojoias.

O fruto da oficina de capacitação  pôde ser visto durante o festival do pirarucu em um espaço pensado na venda e exposição. Colares, brincos, pulseiras, gargantilhas e cordões de escama do pirarucu atraíram a atenção de turistas canadenses que passavam pelo rio, perceberam a movimentação e aproveitaram para prestigiar o evento e conhecer a produção da comunidade.

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Para a artesã Lauriane Miranda de Almeida o momento foi essencial para impulsionar os negócios: “A gente conseguiu reaproveitar a escama do pirarucu que é a nossa matéria prima. As sementes naturais que nos estamos usando. A gente juntou tudo isso para fazer arte. Esse aqui é o ponta pé pra aprimorar com o tempo. Daqui pra frente a gente vai aprimorar cada vez mais” – comenta .

A intenção é que a produção continue e as vendas aumentem – diz o biólogo da Sapopema – Fábio Sarmento: “Nosso objetivo é que essa atividade possa gerar renda para as familias envolvidas, não apenas durante o festival do pirarucu” – finaliza.

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