Santa Maria do Tapará reúne mais de 1.500 pessoas no Festival do Pirarucu

Em dois dias a comunidade recebeu turistas de Santarém e outras regiões. Pratos típicos à base da espécie foram oferecidos na décima terceira edição do Festival;

Pirarucu desfiado. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

Pirarucu desfiado. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

Com suculentas opções como pirarucu frito, desfiado churrasco e ventrecha assada o evento gastronômico foi considerado um sucesso pela coordenação que anualmente desenvolve o festival para fortalecer o manejo do pirarucu e comemorar mais um ano de defesa dos recursos naturais na região.

A festa iniciou no sábado (16) com solenidade de abertura, fala das autoridades, apresentação do histórico do festival e do manejo do Pirarucu. No domingo (17) foi realizado o desfile da Rainha e festa cultural com seresta. Durante a cerimônia inicial do evento o presidente da Associação de Moradores da Comunidade Santa Maria do Tapará, Raimundo Sousa afirmou que a comunidade não busca lucro, mas reconhecimento.

Ventrecha assada. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

Ventrecha assada. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

O Festival do pirarucu representa para os comunitários o momento ápice de conservação e manejo dos recursos pesqueiros na região. Durante o ano inteiro realizam contagens no lago, fiscalizações para evitar pesca predatória e capturam a espécie por apenas dois meses, com obediência aos padrões de captura do maior peixe de água doce. “É importante que a gente entenda a relevância do manejo da pesca e seu papel na economia do município. A festa do pirarucu é um momento de confraternização. Para chegar aqui é muito sacrifício, muito empenho e trabalho da comunidade” – acrescentou o coordenador da Sapopema, Antônio José Bentes.

Mesa de abertura do evento. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

Mesa de abertura do evento. Foto: Samela Bonfim/Sapopema.

Dentro das estratégias continuas de valorização da cadeia produtiva do pirarucu está o projeto com a parceria do Sebrae, Colônia de Pescadores -20 e Sapopema para incentivar a produção sustentável e melhorar capacitação dos pescadores da região do Tapará. Sobre a iniciativa, o gerente regional do Sebrae Michell Martins contou que: "existe um mercado aberto, com leis para comprar o produto e enxergar cada vez mais a pesca tendo a questão sustentável como uma estratégia de negócio para que isso possa trazer cada vez mais dignidade e renda própria".

Manejo comunitário no Tapará

Manejo comunitário em Santa Maria do Tapará. Arquivo Sapopema.

Manejo comunitário em Santa Maria do Tapará. Arquivo Sapopema.

Em Santarém cinco comunidades desenvolvem experiências de manejo comunitário do pirarucu: Santa Maria, Pixuna, Tapará Miri, Costa do Tapará e Tapará Grande. São mais de 200 pescadores envolvidos diretamente com a pesca manejada. O processo contribui para melhorar a rentabilidade da atividade e a qualidade de vida dos pescadores na região.

A estimativa de produção do pirarucu em 2019 é de aproximadamente 20 toneladas em quatro comunidades do PAE Tapará. Essa produção representa 15% da demanda de pirarucu do mercado consumidor de Santarém que é bastante significativo.

São princípios do manejo: respeito ao tamanho mínimo de captura (um metro e meio), obediência às normas do seguro defeso (suspensão no período de 01 de dezembro a 31 de maio), captura durante as safras de cada ano não podem ultrapassar 30% da contagem dos pirarucus adultos.